Entrevista com João Braga, Gestor da Encore Asset Management
Quem é João Braga, como você começou e o que te motivou a trabalhar no mercado financeiro?
Sou goiano, pai de 3 filhos, casado e me considero um nerd. Desde criança sempre fui muito ligado à tecnologia e faço tudo de forma muito intensa.
Formei-me em Engenharia Elétrica na USP, e nunca havia imaginado entrar no mercado financeiro.
Conheci o mercado financeiro quando me mudei para São Paulo para iniciar a graduação e muitas opções apareceram. A partir daí, comecei a estudar bastante o mercado, me apaixonei e acabei não trabalhando um dia sequer com engenharia.
Como você conseguiu seu primeiro emprego no mercado e o que você recomenda para quem está começando?
Após concluir a graduação e depois de participar de dezenas de programas de trainee e dinâmicas de grupo, meu primeiro emprego foi na GP Investimentos em 2003, exatamente no lugar que eu mais queria.
À época, Jorge Paulo Lemann, Carlos Sicupira e Marcel Telles faziam parte da empresa e era um sonho trabalhar com eles.
Naquele período era muito difícil conseguir uma entrevista na GP. Até que, por um grande acaso, enviei um e-mail para o RH que acabou sendo recepcionado por uma ex-colega de estágio que conseguiu a entrevista para mim.
Na entrevista, eu disse que já estava em processos finais de vagas de trainee de alguns bancos grandes, que existiam algumas propostas, mas deixei claro a minha vontade: queria trabalhar na GP, e caso me chamassem para varrer o chão, eu iria. A empresa gostou e foi assim que consegui o meu primeiro emprego.
Aos que estão começando nessa jornada, aconselho a se diferenciar, tirar certificações, fazer cursos e estudar bastante, pois o mercado é muito competitivo. Acredito que o mais importante é entrar no mercado e não buscar a melhor vaga ou a posição que mais quer no início da carreira.
Descreve pra gente um dia típico na Encore
Esta é uma das coisas que mais gosto no dia a dia na Encore: não tem nenhuma rotina específica.
Das 8h às 10h eu busco me informar e ler as notícias mais relevantes antes do mercado abrir.
A Encore tem uma pegada muito grande de debate, são muitas reuniões com a equipe para falar sobre cenários, política, notícias e coisas que influenciam no mercado. Existem algumas reuniões oficiais, mas, no geral, a rotina muda de acordo com as necessidades do dia a dia. Sempre tem algo novo para aprender, um cenário para analisar e é um constante Brain Training.
Compartilha com a gente uma história, case ou experiência que você considera que fez total diferença na história de João Braga
No final de 2004, recebi uma oportunidade para cuidar da gestão das ações listadas na Bolsa de Valores, na gestora Hedging-Griffo, de Luis Stuhlberger, um dos maiores gestores de fundos do país.
Recebi o setor de bancos para analisar e, após muito estudo, dei uma call bem polêmica na época.
Em 2005, todos gostavam muito do Itaú por ter um imenso retorno, no entanto, após minhas análises, eu acreditava que o Bradesco ia crescer mais que o Itaú. Prontamente, Stuhlberger confiou e autorizou a operação, o que me deixou inseguro, mas no final deu muito certo! A operação gerou um enorme valor para o fundo.
Esse case de sucesso fez com que eu fosse ganhando mais visibilidade, até que em 2006 ou 2007, me tornei sócio do Hedging Griffo.
Quando você olha para o futuro da sua carreira, onde você se vê daqui 10 anos e o que você acha que precisa fazer (ou que o mercado tem que evoluir) para chegar lá?
Eu me vejo fazendo exatamente o que eu faço, exatamente onde estou e, se Deus quiser, exatamente com as mesmas pessoas. A gente fundou a Encore para isto: para perpetuar o que amamos fazer.
Atualmente, com mais de 7 mil clientes, a Encore toca os investimentos dos sócios e dos clientes junto com os do fundo, o que dá uma alavancagem em taxas para ter um time maravilhoso.
Para o futuro, acredito que outros produtos complementares podem ser agregados à Encore.
Quais são as habilidades do profissional de equities moderno?
Quando comecei a trabalhar no mercado, fazer uma planilha em excel e conhecer bem da ferramenta era um diferencial. Atualmente, é uma obrigação.
A capacidade analítica ainda é muito parecida, mas a possibilidade de busca de dados, do uso da tecnologia na análise e na gestão cresceu muito.
Por fim, saber programar em Python e analisar dados pode ser um grande diferencial para um profissional de equities moderno.
Entretanto, gostar muito de trabalhar e de estudar, além de possuir habilidades de capacidade analítica continuam sendo essenciais.
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